sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Série B: faz bem?

Caros ébrios,

Peço desculpas pela demora nas postagens, mas estava pensando muito em fazer esse texto para vocês. E agora, veio.

Vamos lá.

Temos visto um fenômeno um pouco anti-natural de grandes times caírem para a série B. Motivos são os mais diversos, e vou procurar falar de todos eles.

Começarei pelos mais simples, conforme René Descartes sugere, falando dos grandes italianos.

Milan, Internazionale, Juventus, e até mesmo a Roma já figuraram pelo campeonato secundário das divisões italianas. Contudo, o motivo foi mais "simples", digamos assim. Foi provado manipulação nos resultados de jogos, contando inclusive com prisões de envolvidos. Se lembrarmos de 1982, Paolo Rossi foi preso por esse motivo, e logo depois de liberado da prisão, marcou 3 gols em cima da seleção brasileira e se sagrou campeão mundial em cima da Alemanha. Em 2006, aconteceu o mesmo, e a Azzura sagrou-se campeã em cima da França. Os times envolvidos, se reergueram, em ambas as ocasiões, a seleção se organizou e conquistou na raça o título mundial. 
Esse foi mítico: Saiu da cadeia, e ganhou uma copa! Paolo Rossi!

Nesse caso, temos algo peculiar: a união entre clubes e seleção para a reestruturação do futebol nacional, e a motivação de um novo título. Contudo, o problema de manipulação de resultados não adiantou muita coisa, e o mesmo problema se manteve. Administrativamente, os clubes não se resolveram. Caso de rebaixamentos de gigantes como Parma, Livorno e Torino. Mas o fato de ter sido descoberto os casos, uniu os jogadores, e acabou rendendo dois inesperados títulos mundiais.

No Brasil, gostaria de pegar dois exemplos antagônicos. Os de Corinthians e Palmeiras. Ambos se deram mal por parcerias, no mínimo, peculiares, que não entrarei no caso por não ser o mais profundo entendedor.

Em 2007, o alvinegro foi rebaixado para a série B em um jogo dramático contra o Grêmio. O torcedor corintiano se recusa a lembrar daquele time, mas era horroroso. Felipe, Otacílio Neto, Perdigão, a eterna dupla de zaga Zelão e Betão (que só serviu para fazer gol no SPFC), Clodoaldo (não o ex-Santos, que com 50 anos jogaria melhor que qualquer um daquele elenco), Arce, Finazzi, Herrera, nossa! QUE TIME HORROROSO! 
Saudades, corintiano?

Contudo, em 2008, o time se reestruturou, o marketing criou uma excepcional campanha, o famoso "Eu nunca vou te abandonar", lançou a camisa roxa, alusão ao "corintiano roxo", dentre outros. Reformulou o time, a diretoria, a administração, enfim, se tornou uma empresa. Logo, vieram, mais uma copa do Brasil, , Campeonato Brasileiro, Libertadores, Mundial, e dois Paulistas. De fato, foi uma das maiores arrancadas que vimos no Brasil.

Mas o seu maior rival, o Palmeiras, tomou rumos diferentes. A sua queda em 2002 foi surpreendente. O time não era ruim o suficiente para cair, se comparado com o de 2014, que permanecera na elite, por exemplo. Porém, a queda aconteceu. Contudo, a diretoria não mudou, a filosofia administrativa não mudou, e o alviverde, apesar de ter ganho um campeonato paulista em 2008 e uma copa do Brasil em 2012 (com gol do Betinho, meus amigos!), tornou a cair no mesmo ano do título brasileiro. 

Foi tardio o despertar Palestrino, contudo, desde o ano passado veio. Corte de gastos, montagem de um time precário em 2014, para economizar, pagamento de dívidas, e muita reza para que não ocorresse uma terceira queda. Este ano, o time está colhendo os seus frutos. Enfim, um time competitivo. Mas, precisou haver duas quedas, para perceber que o futebol não pode ser tratado de maneira amadora. O futebol é uma empresa.

Outro caso, e é o mais recente, é do River Plate. O time "millionario" caiu para a série B para delírio dos torcedores do Boca Juniors, e desespero de seus torcedores. Isso, graças ao péssimo desempenho da diretoria do clube, e uma grande máfia nos bastidores do River. Frutos, mais uma vez de uma administração amadora.

Claro, isso tudo mudou com a mudança de diretoria, e pessoas comprometidas com o alvi-rubro Portenho. O River apostou na categoria de base, trouxe um treinador apaixonado pelo clube, também conhecido como Marcelo Gallardo, e sagrou-se campeão argentino com larga distância, campeão Sul Americano, e o mais novo campeão da Libertadores da América com um time que me encanta em termos táticos. E ouso apostar em uma conquista de Mundial!
Atual campeão da América, River Plate

Mas, alguns clubes não mudaram muito esse panorama de cair para a segunda divisão. 

Gostaria de ressaltar os gigantes cariocas de General Severiano e da Colina: Botafogo e Vasco da Gama.

Ambos com administrações precárias, mas ainda assim, o time da estrela solitária tem uma perspectiva um pouco melhor, pelo fato de estar se reconstruindo. Já o time da cruz de malta... Veja o seu presidente. É como se o Corinthians colocasse o saudoso Vicente Matheus novamente na presidência do cargo! Fora o time que foi montado. O time do Botafogo, disputando a segunda divisão, goleia o atual time Vascaíno e com méritos!

Finalizando, o futebol de hoje, o principal motivo das quedas dos times, são péssimas administrações. Isso faz com que existam times pessimamente montados, ambiente em bastidores nojentos, brigas internas, o que só pode desencadear uma queda. Contudo, como um clube se torna grande? Mostrando a capacidade de sair de difíceis situações. E alguns clubes se mantêm na mesma situação. 
Torcida mítica do Livorno, da Itália. Um dos maiores clubes do país,
por mais que não tenha uma grande fama, como os rivais do norte.

Talvez vocês não julguem esses clubes grandes, mas já foram, como Torino, Livorno, Parma, Portuguesa, América/RJ, Bangu, Coritiba (que vive caindo e subindo), Vitória, Bahia, Náutico, Santa Cruz, Paysandu, Guarani (meu santo Odin, salvem o Guarani!) enfim, clubes gigantes que permanecem na mesma situação, e não mostram muito poder de reação (ou nenhum). E as suas diretorias ao invés de lutar para construir uma boa administração, culpam outros diversos fatores.

Enfim, série B é algo totalmente desagradável. Mas que alguns clubes souberam sair de maneira brilhante e reverter em bons frutos. Outros, não aprenderam ainda, mas há esperança.

E enquanto isso, o torcedor sofre.

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